No dia 20-09-2015
publiquei em meu blog artigo bastante elogioso sobre o escritor Luís Fernando
Veríssimo, explicando que seu sucesso no humor — conciso, sutil, e mesmo assim rapidamente
compreendido — explica-se não só pela sua inteligência inata, como também pela
sua extensa cultura geral, absorvida em mais de uma língua. Em suma, o humor ganha
muito com a cultura do autor.
Como um assunto puxa
outro, acabei sugerindo que a juventude brasileira — tão organicamente
inteligente quanto qualquer outra — deveria, a partir de agora, ser estimulada
a, nos momentos de folga ou desemprego, direcionar maior parte do tempo para a
leitura de bons livros, revistas e jornais, em vez de desperdiçar sua energia apenas
com superficialidades — esportivas e outras — que não ajudarão em nada a
construção de seu futuro. Lendo mais, entenderão melhor o mundo em que vivemos
e ficarão mais capacitados para falar e escrever.
Não tem sentido um
rapaz conhecer assuntos técnicos e ser incapaz de redigir, sem óbvios erros, sua
opinião sobre temas mais gerais e abstratos. A aquisição dessa habilidade, não
pode ser relegada a um vago futuro, “quando um dia precisar”.
O futuro nada mais é que o dia de hoje,
multiplicado. Não chega subitamente, e todo jovem deveria sonhar alto, pensando
em si próprio, na família, no país e mesmo em um mundo melhor para todos. Um
sonhar alto, porém, que não termine em “mensalão’, “petróleo” e prisão, como
temos assistido na sequência semanal de escândalos.
Saber furtar mas não saber escrever direito
até “desmoraliza” a orgulhosa façanha da “big” gatunagem. As pessoas se
perguntam: — “Como é que um ignorante como esse conseguiu roubar tantos milhões,
por largos períodos, e quase escapar impune? Só pode ser porque é fácil demais
roubar nesta terra. Prova de que a democracia pode funcionar bem em outros ares,
mas não aqui. Talvez valha a pena tentar, de novo, a ditadura. Nenhum general
presidente ficou rico”. Tais murmurações já são ouvidas, vez por outra, em
filas do caixa nos supermercados.
Por mais que o Brasil
se veja, no momento, enredado na corrupção política e financeira isso um dia terá
que acabar e o jovem de hoje, mesmo pobre, deve estar preparado para, quando
isso ocorrer, vencer honradamente pelo estudo e trabalho honesto, hoje considerado
“sem muito futuro”.
Vencer, sim, com ou
sem educação formal. Melhor com ela, mas mesmo sem ela, quando o autodidatismo
for a única saída para escapar das malhas da ignorância e da pobreza. Os “sebos”
de livros usados estão por aí, com excelentes obras vendidas a preço de banana;
aliás, mais baratas que elas. A internet explica razoavelmente qualquer coisa, e
de graça. Não há mais desculpa para a ignorância alvar. Falta é estímulo
institucional. Parte da propaganda do governo deveria estimular a compra de
livros de segunda mão como uma saída para o desenvolvimento pessoal no médio e
longo prazo.
Se o futebol, como qualquer outro esporte, tem
os seus méritos, é preciso lembrar que isso ocorre apenas quando fisicamente praticado.
Não como estimulante de uma agressividade quase doentia e contagiante, como vem
ocorrendo. Tanto o bem quanto o mal contagiam pelo exemplo.
Toda forma de energia,
inclusive a humana — especialmente a do jovem —, exige um escoadouro. Eletricidade
dos raios, libido, vaidade, desejo de poder ou riqueza, lava dos vulcões, ventos, amor, desejo de santidade e até mesmo o pus
das infecções precisam um canal de saída. Na medida do possível cabe à
sociedade e ao governo brasileiro influir para que a energia mental de nossos
jovens se direcione também para a busca do conhecimento e da capacidade de
pensar por conta própria. Quando isso acontecer o Brasil será outro, arre! Não
se espere tudo das escolas, por melhores que sejam. A maior utilidade delas é “estimular
o apetite” pelo material impresso ou no monitor.
É um tanto vexatório
que o Brasil até agora não tenha recebido um único Prêmio Nobel. Nem mesmo o
mais intelectualmente modesto: o da Paz. E mais vexatório ainda é o nosso
analfabetismo funcional, que continua existindo porque não se vê esforço algum,
público ou privado, para combatê-lo. Talvez porque não saibam como fazê-lo.
Isso mesmo, não sabem. A solução, falando-se genericamente, é orientar o jovem
leitor a ler e reler os textos, até mesmo em dias diferentes, buscando a profundidade
da compreensão, não a quantidade de linhas ou páginas “lidas”. Há algumas técnicas que ajudam a extrair o
máximo de compreensão de qualquer texto, mas não há espaço, aqui, para isso. E digo logo que não será com a construção de
bibliotecas, públicas e caras, que se estimulará a juventude a ler mais. Sem
tal estímulo a barbárie continuará tomando conta. Alunos desrespeitando ou até
agredindo professores é quase rotina.
A mídia, com frequência,
mostra cenas de extrema violência de torcedores inconformados com o resultado
de uma partida de futebol. É fácil imaginar o pavor do torcedor, incauto e
tímido, quando, isolado, ou com apenas dois ou três amigos, se vê cercado por
um bando feroz de “inimigos”, armados de sarrafo e canos de ferro, mostrando a
clara intenção de “acabar com sua raça!”. Muitos devem ter pensado: “Chegou minha
hora... Vou morrer, ou ficar aleijado, apenas porque meu time ganhou um jogo de
futebol! E eu nem toquei na bola!”.
Existe algo mais estúpido
do que isso? Qual a explicação? A brutal ignorância, indiretamente estimulada
pela omissão dos governos — também da sociedade —, que não estimulam no jovem a
busca prazerosa do conhecimento.
O que explica tanto
atraso moral de jovens agredindo torcedores do time contrário? Presume-se que, em
sua vasta maioria, esses agressores não são deficientes mentais, tal a habilidade
de ferir nos pontos vitais. É espessa ignorância mesmo, talvez com algum
tempero de inato sadismo. Mas o impulso sádico também pode ser minimizado pela
maior amplitude do entendimento.
A explicação para esse
tipo de “barbárie pós-partidas” está na “necessidade” de comprovar coragem. Em
outras palavras: o ancestral anseio humano de aprovação e admiração da tribo, grupo,
ou clube a que pertence. Mais isso do que autêntico ódio contra uns pobres
coitados que nunca viram antes e apenas cometeram o crime de torcer pelo time
contrário.
Se tais potenciais
homicidas tivessem lido e entendido alguns livros ou textos convencendo-os,
mesmo indiretamente, de que esse tipo de exibição de força e “coragem” prova somente
uma ignorância primitiva, provavelmente não cometeriam tais façanhas.
Sentir-se-iam ridículos e covardes. Poderiam até continuar com seu sadismo inato,
mas em nível socialmente tolerável. Talvez o leitor já tenha presenciado sinais
de sadismo disfarçado, no ambiente de trabalho, quando alguns empregados “lamentam”
a situação do colega que foi demitido do emprego, mas eles não. Ouvindo-os
percebe-se facilmente, pela voz e brilho feliz no olhar, uma íntima satisfação
pela má situação do colega.
Já li relato de que em
congressos de Filosofia e Psicologia — que deveriam ser imensamente tolerantes
— surgem, por vezes, tremendas rivalidades, beirando o ódio, entre defensores
de opostas teorias, quase descambando para o baixo calão. Pode ser que isso
ocorra — não frequento tais simpósios — mas uma coisa é certa: os debates podem
esquentar, mas os filósofos e psicólogos ressentidos não esperam os opositores,
na rua, munidos de sarrafo e soco-inglês. Alguém já disse que a civilização deu
um imenso salto quando, pela primeira vez, um homem atirou um insulto, em vez
de uma pedra, contra seu opositor.
Em suma, é preciso
estimular a “juventude” brasileira — de qualquer idade — a gostar de ler, em
vez de direcionar seu tempo apenas ao futebol (assistido), ao vale-tudo, às
baladas e aos joguinhos de computador, tablets e assemelhados.
Pergunto: se o leitor
gosta de cinema, quantas vezes viu, de um ano para cá, cena em que um ator principal
aparece lendo? Provavelmente nenhuma. Prova de que somente o sexo, violência e
tolices despertam interesse.
O hábito de leitura,
mesmo estritamente prazerosa, tem seu lado de utilidade imediata. Nos exames
vestibulares, no Brasil, inúmeros candidatos são reprovados porque não
conseguem uma nota mínima na redação, embora conheçam assuntos bem mais
difíceis.
Não estou pregando aqui que todos se tornem
escritores. Ressalto apenas que todo cidadão sentir-se-á mais confiante se
puder colocar, no papel ou computador, seus pensamentos e sentimentos sem
provocar gargalhadas na pessoa destinatária, que pode até ser moça bonita. E a
leitura obviamente influi também na comunicação oral.
Lembro-me de um caso,
verdadeiro, em que dois vereadores frequentemente trocavam acusações pesadas
discursando na câmara municipal. Certo dia, um dos vereadores, mais cordato,
quis fazer as pazes com o esquentado adversário. Pedindo a palavra começou
assim: — “É com prazer que me dirijo ao impoluto vereador Fulano de Tal...”.
Estranhando o “impoluto”, o outro reagiu de imediato aos gritos: — “Essa
carapuça não me serve!”
Finalmente, o maior
discernimento, oriundo da leitura cuidadosa, faz com que os eleitores votem
melhor. Ouvindo ou lendo o que dizem os candidatos, percebem mais facilmente suas
incoerências, fugas da realidade e óbvia demagogia.
Nosso sempre lembrado
“analfabetismo funcional”— isto é, a dificuldade pessoal de ler e entender
plenamente um texto de alguma complexidade e fazer cálculos elementares — tem
um desmoralizante efeito colateral: pode levar à aceitação de que o povo
brasileiro, “na média”, é menos inteligente que outros povos. E daí para
generalizações racistas é um pulo. Principalmente considerando que cerca de
metade da população brasileira é composta de pardos e negros.
O leitor já deve ter
ouvido falar na “teoria da curva do sino”, apresentada por James Watson e
desenvolvida por Charles Murray e Richard Herrnstein na obra “The Bell Curve”.
Segundo essa teoria, a estatística comprovaria — formando um gráfico em forma
de sino — que o Quociente de Inteligência (QI) da raça branca é mais alto que o
QI da raça negra e que, entre os brancos, os judeus são, entre os brancos, os
mais inteligentes. Essa conclusão “científica” é um prato cheio para posicionamentos
políticos arrogantes, tal como aconteceu quando Hitler subiu ao poder, em 1933,
endeusando a supremacia da raça ariana. Essa brincadeira resultou na morte de
cerca de 50 milhões de pessoas na 2ª. Guerra Mundial.
Entre os “comprovantes”
dos diferentes níveis de inteligência nas três raças mencionadas está o nível,
maior ou menor, de realizações na área intelectual. Cientistas e escritores
judeus, por exemplo, conseguiram vários Prêmio Nobel, um número desproporcional
considerando o pequeno tamanho de seu país e sua diminuta população. Isto seria
uma “prova objetiva”, demonstrativa de sua superioridade mental, sempre considerando
a média. Um “comprovante” do menor QI dos africanos seria a estagnação da
África negra mesmo após livre do colonialismo.
Inúmeros sociólogos —
e com eles concordo — opinam que as diferenças de sucesso coletivo entre esses
três grupos — negros, brancos e judeus — explicam-se muito mais por razões ambientais,
em sentido lato. Hábitos culturais, crenças religiosas, diferenças climáticas,
motivação de sobrevivência, nutrição e nível de saúde influem poderosamente
para que um povo progrida ou regrida em termos de eficiência. Se, mero exemplo,
isolarmos duzentos negrinhos corretamente alimentados ainda no útero, bem
criados e educados na Suíça — ou na Suécia —, certamente surgirão, entre eles, atletas,
músicos, escritores, cineastas, comerciantes, contadores, médicos, juristas,
filósofos, cozinheiros, encanadores, religiosos, marginais, políticos, etc.
Todos com variados graus de inteligência. Tal e qual como acontece com todas as
demais raças.
O excessivo e
debilitante calor africano, estimulando a proliferação de insetos nocivos e
parasitas, só pode desencorajar o trabalho, a disciplina e o aprendizado das
populações negras. Depois de embarcados, como escravos, para trabalhar na
América, os negros, depois de muita luta, conseguiram praticamente se igualar aos
brancos. O talento brota onde menos se espera. O filho de um banqueiro pode
nascer menos inteligente que o filho de um engraxate. A genética é uma roleta.
Barack Obama é metade negro. “Pela média”,
segundo a “teoria do sino”, não poderia ter chegado a essa alta posição. Negros
que tiveram a chance de estudar, chegaram à Suprema Corte Norte-Americana.
Atores negros ganham Oscar. Isso sem falar naqueles esportes que não dispensam
uma grande vivacidade mental, como ocorre no futebol e no basquete. São vários
os esportes que não dependem apenas da força bruta. No tênis e no golfe eles
também brilham. Talvez ainda vejamos um campeão negro de xadrez.
Por falar em xadrez,
se a inteligência só se revela pelo sucesso, o os russos seriam os mais
inteligentes entre os brancos, porque os maiores campeões de xadrez estão entre
os russos. Ninguém pode negar que o xadrez é o mais intelectualizado jogo do
mundo. A explicação dessa superioridade está mais no clima frio da Rússia, com
longos invernos. Os russos passavam muito tempo dentro de casa e uma das
diversões favoritas era o jogo de xadrez, numa época em que não havia
televisão.
O destaque brasileiro
no jogo de futebol também resulta da larga preferência popular por esse
esporte. Não se trata de uma carga genética já direcionada para esse jogo. É
enorme a quantidade de brasileiros que praticam esse esporte desde meninos.
Entre tanta gente chutando bola é esperável, estatisticamente, que surjam
inúmero de “azes” nesse esporte.
Igual raciocínio pode
ser aplicado para explicar o sucesso do persistente povo judeu no seu esforço
para se destacar nas letras e nas ciências. A diferença entre eles e as demais
raças está na escolha das atividades em que buscavam notoriedade. Não queriam,
em massa, brilhar como esportistas. No passado não muito distante, grandes
esportistas ganhavam pouco e com frequência terminavam a vida na penúria,
porque não havia nem rádio nem televisão para valorizá-los.
Sem desmerecer — pelo
contrário — as realizações dos judeus, a principal “arma” deles para ocupar
posições de destaque nas finanças, literatura e profissões liberais foi a
escolha do estudo e a prática da tenacidade. Com a crescente complexidade da
convivência humana, tais “armas” explicam a o sucesso na obtenção de vários
Prêmios Nobel.
Um grande advogado,
amigo meu, da área cível, que tem vários clientes judeus, disse-me que seus
melhores clientes são hebreus. Isso porque eles mesmos se empenham, com minúcia
e persistência, na busca da prova a ser apresentada nos autos. O advogado praticamente
não precisa gastar tempo com essa tarefa, tão essencial para vencer qualquer
demanda.
Lendo autores judeus,
percebe-se facilmente a ânsia de fazer um trabalho bem feito. Essa orientação
na forma de trabalhar opera maravilhas. Dizem que o grande romancista francês,
Honoré de Balzac, chegava a reescrever vinte vezes determinadas páginas. Por
isso alguém dá disse que “Todo livro é superior a seu autor”. O esforço pode
substituir o talento natural.
Há resultados
paradoxais na história do mundo. Se os judeus não houvessem se rebelado contra
as legiões romanas, cerca de dois mil anos atrás, os romanos não teriam destruído
seu Templo. Como se rebelaram, foram perseguidos e dispersados, A maioria,
presumo, migrou para a Europa. Lá, também perseguidos, impedidos de exercer algumas
profissões, viram-se na contingência de vencer, pelo estudo e perseverança,
onde houvesse espaço a eles permitido. Tornaram-se também poliglotas, o que facilitou
o caminho para a atividade diplomática. Se nunca tivessem saído, em massa, da
antiga Palestina, estariam, por séculos plantando oliveiras, pastoreando cabras
e exercendo hoje atividades mais modestas.
Não sei se os judeus
têm, ou não, uma “inteligência média” diferente da média das demais “raças” —
um termo muito criticado pela inevitável mistura racial. Talvez a “teoria da
curva do sino” esteja incorreta por não haver valorizado adequadamente os itens
esforço e treino — qualidades morais, não propriamente intelectuais. Dois
rapazes, igualmente inteligentes, um deles preguiçoso e sem ambição, o outro
muito ativo e ambicioso, este último irá muito mais longe, que o anterior,
inclusive em atividades essencialmente mentais. Uma pessoa com longa
experiência em testes de inteligência provavelmente se sairá melhor, em novo
teste, que outra pessoa que nunca se submeteu, antes, a qualquer verificação de
seu QI. O “jeitão”, o modo de raciocinar beneficia-se com as analogias. Isso
explica porque qualquer garoto, hoje em dia, aprende mais depressa a lidar com
tablets e aparelhos de informática que seu pai, já maduro, avesso a
“maquininhas”.
De qualquer forma,
esse “sino” gráfico não ajudou em nada a convivência harmônica dos seres
humanos.
Quando um funcionário
do setor de pessoal de uma empresa necessita escolher um entre três candidatos
a emprego — um branco, um negro e um judeu —, sentados à sua frente, essa “média”
não serve para nada, porque, entre esses três, o negro pode ser o mais
inteligente. Ou o judeu, ou o branco não judeu. Toda pessoal deve ser avaliada
individualmente, não por qualquer média.
Encerro este artigo
recomendando a leitura de um livro extraordinário, que comprei em um “sebo” —
“Judeus sem dinheiro” (Ed. Record) — escrito por um judeu naturalizado
americano, Michael Gold.
É realmente uma obra
prima e retrata com honestidade o imenso sofrimento dos judeus pobres que
primeiro chegaram aos Estados Unidos. Foram demais as privações suportadas por
aqueles recém-chegados que fugiam de Hitler. O interessante é que Michael Gold
não era propriamente um literato. Era ativista político. Quem ler esse livro
poderá entender melhor o que ocorre hoje na Cisjordânia. Talvez os atuais colonos
judeus sejam os judeus pobres, descendentes dos judeus pobres da América no
século XX. Porém é preciso também pensar nos palestinos árabes, humilhados em
sua própria terra. Essa chaga me sugere o que escrevo a seguir.
Espera-se que a
inteligência política mundial consiga, antes que seja tarde, o quase milagre de
acomodar árabes e judeus na Palestina. Talvez a solução esteja em algo até
agora não pensado, ou mencionado: a “venda”(ou cessão), por africanos, ou
russos, de áreas na África, ou na Rússia, onde sobram imensas terras não
aproveitadas. Terras que poderiam ser habitadas por judeus e/ou palestinos
árabes que não caibam mais na Palestina.
A sugestão pode ser rotulada
de absurda, ou ridícula, mas seria uma forma de solucionar um conflito que
ainda vai piorar, com facadas e massacres. Quem sabe, Vladimir Putin, um
estadista independente e ousado, se interessará pelo assunto.
Acrescento que essas
áreas sugeridas, na África ou na Rússia, seriam habitadas por árabes ou judeus,
sem prejuízo da permanência atual de Israel e do Estado da Palestina, quando
for delimitado. Sei, repito, que seria uma novidade quase impensável, mas já
chegou o momento do impensável. Nada proíbe que um Estado tenha parte de seu
território em local mais distante, cedido, ou vendido, voluntariamente, por
outro país. O país cedente pode lucrar com o progresso, produção e novos
empregos da área cedida ou vendida.
O fato de, até agora,
a comunidade internacional não ter conseguido solucionar — ela mesma, não as
partes envolvidas — a pendência na
Palestina não depõe a favor da inteligência ou bom senso dos chefes das grandes potências.
Pelo visto, seus líderes precisam ler menos e agir mais.
(02-12-2015)
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