Ao terminar meu artigo da série “A era da mediocridade”,
classifiquei Pablo Picasso mais como um hábil psicólogo e expert em marketing e propaganda do que como pintor. Nunca o
concebi como grande pintor porque — na minha pecadora ignorância — eu
considerava, e ainda considero, como necessária qualificação de qualquer pintor,
a capacidade de desenhar muito bem. Repito: muito bem. Um talento pouco
difundido e talvez inacessível apenas com teimosia “muscular’. Algo assim como
o “ouvido musical”, um dom. Realmente, não é fácil reproduzir com fidelidade um
rosto, um cavalo galopando, uma figura humana em posição pouco convencional, o
movimento das ondas do mar, uma cachoeira, etc.
De todos os itens, porém, de uma
genérica “era de mediocridade”, aquele que me deu maior trabalho para concluir
alguma coisa — por conta própria —, foi a definição do que seja arte; como
interpretar a reação do público frente a um quadro ou escultura; a difícil
“explicação” do sentimento da beleza e a vasta nomenclatura que surgiu depois
do classicismo. Quem quiser entender o que significam impressionismo,
pós-impressionismo, fauvismo, cubismo, expressionismo, futurismo, dadaísmo,
surrealismo, concretismo, abstracionismo, primitivismo, “pop art”, “arte
mínima”, etc., enfrentará grande dificuldade em estabelecer fronteiras entre
essas variadas “escolas”. E para complicar ainda mais um assunto tão
escorregadio, terá que levar em conta os “pós-” isso e aquilo, porque a espécie
artística é bastante mercurial.
Há, porém, uma nota comum em
todos esses movimentos: quanto mais moderna a obra, menor a necessidade do
“suor”, físico e mental, do artista. Dizendo de outra forma: quanto mais
moderna a pintura, maior o grau — dispensador de esforço — de abstração,
subjetivismo, valorização da quantidade sobre a qualidade e a total necessidade
da propaganda para venda do “produto”. Sem propaganda, ninguém é “gênio”. Gênio,
mesmo, é o cérebro por trás da promoção do pintor.
Se, por mera por brincadeira, uma
pessoa que nunca antes pegou em um pincel — e até desprezasse a arte da pintura
—, fizesse, com os olhos fechados, alguns traços rápidos em uma tela e
solicitasse a Picasso que a assinasse, “só por farra”, esse quadro passaria a
valer milhões de dólares, a comprovar que não é o quadro que importa e sim a
“marca”. Os supostos e talvez ingênuos “conhecedores”
do estilo do pintor famoso, nessa hipotética experiência — vendo confirmada,
pelo próprio Picasso, um gozador, a autenticidade da assinatura —, diriam que com esse quadro o “gênio” mostrava,
mais uma vez, a versatilidade de seu
talento.
Vincent Van Gogh só vendeu um
quadro, enquanto vivo. Aquelas poucas pessoas que adquiriram, por preço vil,
seus quadros, logo após sua morte, tiveram o máximo interesse financeiro em exaltar
a genialidade do pintor. Quanto mais o elogiassem, mais valor teriam os quadros
adquiridos após seu passamento. Não há dúvida que Van Gogh foi uma
extraordinária figura humana, mas causa estranheza que só depois de sua morte é
que seus quadros tenham passado a valer tanto. Uma prova de que “psicologia
financeira”, digamos assim, tem um peso imenso na valorização das obras de
arte. A genialidade do pintor holandês, enquanto vivo — pergunta-se —, estaria
tão pouco visível, para os “entendidos” da época, que foi preciso que seus
quadros mudassem de mãos para valer fortunas? Os “negociantes de arte”, que só
conhecem a “arte de negociar”, têm melhor “olho artístico” que os verdadeiros estudiosos
da arte?
Eu me sentiria mais confortado se
soubesse que a genialidade de Van Gogh tivesse sido reconhecida quando ele
ainda estava vivo. Foi um homem sofredor, trágico, que só nos inspira simpatia.
E com um detalhe: sabia desenhar. Seu bom caráter, sensibilidade e
personalidade merecem o máximo respeito, mas seu exemplo é uma prova de que o
dinheiro contaminou e domina o mundo das artes. Quadros e esculturas
tornaram-se muito mais um tema financeiro — à semelhança das ações de
sociedades anônimas —, do que um assunto de arte propriamente dita. Aqui a
explicação de porque incluí as artes plásticas na minha série de artigos sobre
a mediocridade, em geral. O dinheiro “mediocrizou” as artes.
Leonardo Da Vinci levou cinco
anos pintando o “Mona Lisa”. Pintava umas poucas horas em um dia e outro tanto
em outros, esforçando-se na busca da perfeição do detalhe. De qualquer forma,
um tempo considerável para pintar um único quadro. Em contraposição, Picasso
chegou a dizer, conforme suas citações na internet, que “Give me a museum and I'll fill it”. “Dê-me um museu e eu o
encherei de quadros”, em tradução livre.
Como qualquer
museu é sempre enorme, somente um pintor rapidíssimo e malandramente “abstrato”
poderia preenchê-lo sozinho. Com uns vinte ou trinta quadros diários Picasso
daria conta do recado, em poucos meses. Uma prova de que o que lhe interessava
era a quantidade e a mera declaração, dele mesmo, de que havia, naqueles poucos
traços, um “significado” profundamente emocional. Tão profundo que só sentido por
ele. Acredite quem quiser.
Um observador da arte moderna,
Tom Stoppard, chegou a dizer que o único critério para distinguir um quadro de
uma escultura moderna seria o seguinte: se a obra está pendurada numa parede,
trata-se de um quadro; se você pode dar uma volta em torno dela, é escultura.
Richard Schmid, provavelmente um
conhecedor do assunto — porque mencionado em sites de arte —, dizia que “Eu
honestamente acredito que estudantes de pintura no próximo século rir-se-ão do
movimento da arte abstrata. Eles se maravilharão de tal regressão das artes
plásticas”.
Al Capp, outro demolidor, de
estilo mais pesado, dizia que “A arte abstrata é o produto do sem talento,
vendido pelo sem princípios para os imensamente estupefatos”.
Outro crítico acerbo da arte
moderna chegou a dizer que “Trying to understand modern art is like trying to follow the plot in a bowl of alphabet
soup” — “Tentar entender a arte moderna é como tentar seguir o enredo de uma
sopa de alfabeto”.
E,
finalmente, o que diz o príncipe dos pintores, Leonardo da Vinci? Ele dizia que
“Onde o espírito não trabalha com a mão, não há arte”. Elitismo? Não, simples reconhecimento
de que à técnica perfeita de desenhar e pintar o artista deve acrescentar
alguma emoção.
Com
outras palavras: sem a “mão” do verdadeiro artista não basta o subjetivismo do
pintor, por mais que ele sinta-se sinceramente emocionado — a grande desculpa
para o pintor moderno que confia apenas no que ele sente, não no que
sinceramente poderá sentir o público.
Mal
comparando, um poeta terrivelmente gago não deve revoltar-se por não haver
vencido um concurso de declamação de poesia , mesmo que seja o concorrente mais
inteligente, inspirado e emotivo —, com isso até agravando sua gagueira. Que
use sua inspiração, que pode ser imensa, para escrever seus versos. Não será
menos poeta por seu defeito de fala. Ele será um grande poeta, não um orador.
Faço essa comparação, talvez impiedosa, apenas para demostrar que o que mais
importa na obra de arte é a reação emocional que provoca em quem a vê ou ouve.
No
fundo, no fundo, a função essencial da arte é despertar prazer. O prazer
verdadeiro, não o fingido prazer, exigido pela moda. Em um concerto de piano, de música clássica,
um pianista, mesmo frio no íntimo mas dotado de uma técnica invulgar — tão
invulgar que arrebatará o auditório — será um melhor artista do piano do que um
martelador de teclas, tremendamente emocionado, suando, gemendo, olhos em alvo,
mas tocando tudo errado, quase esmurrando o teclado.
Se, com
a arte moderna, o que interessa é a emoção do artista — e não o efeito, nos
outros, do produto de suas mãos —, imaginemos que a ciência tenha inventado um
aparelho capaz de registrar o grau de emoção e inspiração quando da execução de
uma peça musical. Um aparelho, de eficácia comprovada, semelhante àquele usado
hoje para medir a pressão arterial. Ou semelhante ao atual detector de
mentiras. A diferença é que este último indica a presença da mentira, e o
outro, mais moderno, comprovaria a real sensibilidade do artista. E prossigamos
dando um exemplo.
Anunciada,
com estrondo, a chegada ao país de um novo gênio da música, um pianista
estrangeiro — tão genial que poucos ouvintes teriam a capacidade de “entender”
a profundidade se sua arte — seu empresário mencionaria que a inspiração do
artista não poderia ser fingida porque em seu braço estaria afixado o tal
aparelho infalível que comprovaria o grau máximo de sentimento que um ser
humano pode suportar.
Na
propaganda, que precederia o concerto inaugural do recém-descoberto gênio,
haveria a advertência de que pessoas sem um excepcional grau de sensibilidade
musical não deveriam, sequer, comprar os ingressos porque provavelmente não
seriam capazes de “captar” a profundidade da arte escondida em aparência
simplória. A presença do grande artista no país, seria até um favor prestado
aos brasileiros. Mostraria aos próprios nacionais uma riqueza artística que
eles não tinham percebido em seu antigo folclore. Essa falta de interesse em
vender ingressos a pessoas sem sensibilidade artística até aguçaria a procura
desses ingressos. Todos, comprando, estariam demonstrando quão sensíveis são à
beleza artística.
No dia
anunciado, Teatro Municipal lotado, ao braço do pianista seria atado o
“detector de emoções sinceras”. Após impressionante silêncio o artista
começaria a tocar, usando apenas um dedo:— “Atirei o pau no gato-to, mas o
gato-to, não morreu, reu-reu. Dona Chica-ca, ad’mirou-se-se, do berrô, do berrô
que o gato deu, miau!”.
O
auditório, pasmo, com vontade de rir mas temendo passar por ignorante, manteria
o rosto sério mas ficaria observando o imenso painel eletrônico — conectado ao
“aparelho da sinceridade”—, com a esperança de ver um mau “resultado emocional”
que autorizasse a vaia represada na garganta. O aparelho, no entanto,
confirmaria o ponto máximo da emoção artística sentida por um ser humano. A
extraordinária inspiração do pianista estaria comprovada. Com isso, o público
apenas se recriminaria intimamente: — “Sou mesmo um tremendo ignorante, mas não
confessarei isso a ninguém. Vou aplaudir de pé”.
E se o
artista sofresse um derrame, seu coração incapaz de aguentar tanta emoção, caísse
morto ao terminar seu especial concerto, haveria uma longa discussão teórica
sobre a genialidade do pianista e os motivos misteriosos que fizeram o artista
escolher essa modinha e não outra. As teses seriam, entre outras: — “ Por que
dona Chica atirou o pau no gato? Qual a simbologia dessa violência?”, e por aí
afora.
Exagero,
claro, no exemplo, mas em substância é o que ocorre com a desculpa de que o
artista tem que pensar apenas no que sente ao externar sua arte. Pensat apenas
em si. Não lhe interessa se o público sentiu ou não prazer autêntico. Se prazer
houver no público, será o prazer de “de estar por dentro, enturmado, dentro da
moda”.
Voltando
à pintura, tudo ia bem com ela, no classicismo, até que surgiu uma novidade
técnica, fora do mundo artístico, mas que abalou o pacífico panorama que
valorizava a arte de desenhar as coisas tal qual se apresentavam aos olhos: a
fotografia. Com um simples “flash” conseguia-se “desenhar” qualquer coisa, com
uma precisão de traços e equilíbrio de proporções que só mesmo um Leonardo Da
Vinci conseguiria. A difusão e aperfeiçoamento da fotografia foi a desculpa
salvadora de muitos artistas que, não obstante o entusiasmo pela pintura, não conseguiam
desenhar.
Estava
aberto o caminho — ou atalho —, para o homem que admirava as artes, identificava-se emocionalmente com ela e
gostaria de fazer parte desse misterioso mundo, cheio de seduções. As mulheres
de então — fins do século 19 e início do século 20 —, sentiam uma especial
atração pelos artistas, geralmente impetuosos e libertos de restrições em
assuntos relacionados com a mulher alheia. Hoje, provavelmente, elas preferem
os “artistas das finanças” e dos esportes de massa, muito mais lucrativos,
digo, atraentes para elas. Os pintores eram, então, quase sempre homens.
O mundo
artístico — quando sincero, autêntico — tem realmente uma faceta interessante.
Suas intuições são, frequentemente, certeiras. O astuto político baiano, já
falecido, Antônio Carlos Magalhães, dizia que é loucura um político atacar a
classe artística. Jamais deveria fazer isso, dizia ele. Freud confessou que
raramente chegou a alguma descoberta sem que algum poeta não tenha estado lá
primeiro. A verdadeira arte tem isso de bom: ela alcança, “sem querer”, por
intuição, áreas ainda não alcançadas pela ciência. Voa, mesmo caindo
frequentemente, enquanto o cientista vai a pé.
Houve,
também, com o advento da fotografia, o aparecimento dos “pintores espertos” que
queriam apenas um caminho fácil e rápido para a fama e seu sub (ou super?)
produto: dinheiro. Era a “democracia” artística que permitiria a qualquer
audacioso, sem talento para o desenho, mas na caradura, “aparecer”, chamar a atenção. “A ordem, agora,
é escandalizar!”. E quanto mais chocante
seu trabalho — desconforme com a aparência normal dos objetos —, maior o
“escândalo” capaz de chamar a atenção, com boas consequências comerciais.
Para enfrentar
os observadores mais desconfiados, ou céticos, que diziam que ali só havia
audácia, não arte, havia duas desculpas espertas:
1) quem quiser a reprodução exata de uma paisagem ou objeto, que tire uma foto;
2) nas artes, o que importa é sentimento do artista, não o produto físico,
visível, dessa emoção.
Pablo
Picasso foi quem, com maior franqueza, externou o argumento de que na pintura e
na escultura o que vale é a emoção do artista, não aquilo que conhecemos como a
“mera realidade”. Para ele, o pintor pode até pintar de olhos fechados, desde
que esteja “inspirado”. O público não deve ser importar com a aparência. Deve
apenas “sentir” o mesmo que “sentia o artista”.
E falava essa bobagem com tanta convicção — extraordinário psicólogo que
era — que alguns milionários passaram a comprar seus quadros, com isso
provocando imensa valorização de qualquer quadro com a assinatura “Picasso”.
Ele se dava ao luxo de dizer não ser suficientemente rico para ter em sua casa
um “Picasso”.
Vejamos
algumas citações dele, obtidas na internet, que reproduzo como ali estão, em
inglês, com a respectiva tradução:
“I paint objects as I think them,
not as I see them”.(Eu pinto os objetos como os penso, não com os vemos).
“Painting is a blind man's profession. He
paints not what he sees, but what he feels, what he tells himself about what he
has seen. (Pintura é a profissão de um homem cego. Ele não pinta o que
vê, mas o que ele sente, o que ele diz a si mesmo o que viu). Comentário: era um engraçadinho.
“The
people who make art their business are mostly imposters”. (Pessoas que
fazem da arte seu negócio são, na maioria, impostores).
“The world today doesn't make sense, so why
should I paint pictures that do?” . (O mundo de hoje não faz sentido,
assim, por que eu deveria pintar quadros que fazem?)
“To draw you must close your eyes and sing”. (Para
desenhar, você precisa fechar seus olhos e cantar).
“Who sees the human face correctly: the
photographer, the mirror, or the painter?”. Quem vê a face humana
corretamente: o fotógrafo, o espelho, ou o pintor?)
O que explica, então, a
permanência da arte moderna, seu alto valor econômico, mesmo sendo fácil,
breve, chocante e nada coincidente com a realidade visível?
Para mim, a explicação está na
personalidade do artista. Na audácia, na firmeza, na caradura, no “carisma”, na
“personalidade forte”, como foi o caso de Picasso, grande psicólogo. Ou na
integridade e compaixão, como foram os casos de Vincent Van Gogh e de seu amigo
Paul Gauguin. É impossível ler a biografia desses dois sem que fiquemos
comovidos com almas tão sensíveis.
Sabiam desenhar? Sabiam o suficiente, mais que a média das pessoas que não são
artistas. No entanto, eram pessoas de imensa integridade.
O caráter de um artista
“contamina” sua obra, positiva ou negativamente. Influi bastante no que se
refere a sua aceitação pelo público. Inclusive sua orientação política. O próprio
Picasso se beneficiou disso. Tinha ideias generosas e era franco em suas
opiniões, como se lê nas citações acima. Se ele tivesse sido um homem de
direita, ou nazista, jamais seria considerado um pintor famoso. “Guernica” o
impulsionou. O mesmo ocorre em outras artes: a personalidade do artista
“contamina” sua obra, para cima ou para baixo.
Abstração é terreno mais
apropriado para a filosofia, não a pintura. Penso que, pelo menos por longo
tempo, o ser humano ainda exigirá algum grau de virtuosismo, dificuldade e
trabalho em todo pintor. Nas competições esportivas, no circo, no desempenho
cinematográfico, na redação de contos, romances, crônicas e poesias espera-se
que o artista se expresse com uma habilidade acima do comum. Não aceito que um
escritor apenas “sinta” emoções refinadas na sua misteriosa cachola, escrevendo
apenas tolices, ou coisas incompreensíveis até para o próprio escritor. Daí o
preconceito geral, fundamentado, contra aquela arte moderna que não agrada nem
à vista e pode significar qualquer coisa: — “É fácil demais. Assim, até eu
mereço um Prêmio Nobel...”, pensam as pessoas mais sensatas.
Agora, uma palavra ligeira sobre
a música. De todas as artes, penso que ela é a menos suscetível de enganação. A
mediocridade musical não consegue flutuar muito tempo porque pode ser avaliada
em questão de minutos. Afunda porque não há qualquer vantagem financeira em
mantê-la à tona, quando não agrada a praticamente ninguém. Basta ouvir uma
música nova, durante um minuto, para sabermos se vale ou não a pena continuar
ouvindo. A abundância de sua produção e o tamanho do público são tais que não
vale a pena gastar com propaganda de músicas que ninguém quer ouvir, nem muito
menos comprar em forma de disco. Já com a pintura moderna, existe um restrito
mercado de ricos compradores, funcionando os quadros como reserva de valor,
quando o nome do pintor é muito conhecido. O quadro é físico, palpável,
concreto, está lá, como se fosse um título de crédito. Já a música que ninguém
quer ouvir é mero ruído, não interessa a ninguém, não há como transformá-la em
joia.
Apenas com relação ao jazz é que
cabe uma dúvida. A maioria das pessoas não gosta, porque não há uma melodia
identificável. A meu ver (talvez ignorante), o jazz deveria ser utilizado
apenas como técnica de composição. Os músicos ficariam na improvisação sem fim
mas quando, por mero acaso, os errantes executores “topassem” com uma nova
melodia, passariam a desenvolvê-la, compondo uma música “normal”. O que me
torna vacilante ao emitir uma opinião negativa sobre o jazz é saber que o
escritor José Veríssimo — que considero inteligentíssimo — aprecia esse tipo de
música. Se ele é um fã incondicional desse tipo de música é porque ela deve ter
alguma beleza que nos escapa.
Encerrando, a arte moderna tem
sua utilidade na fabricação de enfeites, móveis, capas de livros, etc. Não como
grande pintura ou escultura.
(escrito em 2012 e retocado em
06-12-2015)
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