Realmente foi um extraordinário avanço científico a recente técnica de
reprogramar geneticamente as células de cada paciente atacando o câncer de
forma individual.
A mídia já explicou, até com detalhes, como proceder, informando que no
Brasil ainda não existe um centro capacitado para esse tratamento. Mas logo
aparecerão hospitais para salvar certos cancerosos que, pelos métodos
tradicionais, estariam condenados à morte próxima.
Há, no entanto, um porém econômico. É terrivelmente caro: 475.000
dólares, ou um milhão e meio de reais, para cada paciente. O SUS não teria
condições de pagar esse valor para milhares de pacientes. Por isso, conviria,
aos oncologistas nacionais, insistir nas eventuais e mesmo remotas
possibilidades “caseiras” da cura do câncer através de regimes alimentares
especiais.
Dizem alguns entendidos — imagino que essa opinião é unânime — que o
vírus do câncer alimenta-se essencialmente de açúcar. Sem ele tais vírus morrem
de inanição. Fala-se, também, no óleo de coco, supostamente útil contra o
Alzheimer, e nas vitaminas A, C e E, “inimigas” dos radicais livres, e
algumas ervas.
De minha parte, estou totalmente convencido de que o câncer de seio —,
de enorme frequência nas mulheres ocidentais —, e o câncer de próstata, nos
homens do Ocidente, são resultado do elevado consumo do leite de vaca e de
outros mamíferos leiteiros. Leite e queijo, pelo visto, aumentam
prodigiosamente a incidência dos dois tipos de câncer.
Digo isso porque as estatísticas mostram que, na China, essas duas
formas de tumor são comparativamente muito raras, em cotejo com o que ocorre no
Ocidente. Não me lembro, exatamente, qual a diferença, mas é enorme. Seria isso
uma característica racial? Não, porque quando os chineses, mais recentemente,
deixaram os campos para morar nas grandes cidades chinesas, ou vivendo no
Exterior — adotando os costumes ocidentais —, a incidência desses tumores tem
aumentado constantemente. Basta isso para demonstrar a relação de causa e
efeito: o hábito de consumir leite e seus derivados aumenta muito a
probabilidade de incidência dessas duas formas de câncer. Ressalte-se que o
homem é o único mamífero que prossegue consumindo leite após a infância.
Lamento essa minha conclusão, aliás, não só minha. Gosto demais de leite
e queijo. E temo que se ficasse provada a relação de causa e efeito, já
mencionada, a economia brasileira sofreria forte abalo, por motivos óbvios.
Torço para estar errado em minha conclusão.
Voltando ao tema das alternativas de tratamento do câncer em geral,
desconheço se os mencionados “palpites” já foram ou não testados com rigor.
“Cobaias” humanas, doentes, já desanimadas de cura pela quimioterapia e
radioterapia, certamente aceitariam, de bom grado, experimentar essas
variantes, com ou sem a concomitância da medicação tradicional. Seriam
tratamentos indolores e não invasivos em que o paciente não teria o que perder,
a não ser privar-se de alimentos adocicados. E quando digo “açúcar” não me refiro
apenas à sacarose.
Espero que o Conselho Regional de Medicina não se oponha à esses
experimentos apenas porque “não está comprovada a sua eficácia”. Talvez não
esteja porque simplesmente não foram bem testados. Uma decisão, do CRM, de não
se interessar pelo assunto, não conferindo a eficácia “caseira”, impressionaria
mal a população brasileira, estimulando a desconfiança — com ou sem fundamento
— de que os laboratórios “lutam” para impedir uma forma barata de cura do
câncer, pois essa cura seria catastrófica, economicamente, para a indústria
farmacêutica.
Teorias conspiratórias existem, claro, mas nem sempre são fantasiosas.
Só uma pesquisa severa, conduzida com apoio governamental — pense nisso, Michel
Temer... — convenceria que o vírus do câncer, embora sem cérebro, é mais
esperto que os cientistas encarregados de combatê-lo.
Pessoalmente, acho pouco provável que médicos de todo o mundo tenham o
coração tão duro a ponto de preferir a morte de milhares de cancerosos à
possível cura com métodos simples e baratos. A acusação de conspiração, aliás,
é apresentada não contra os médicos, mas contra os laboratórios. A estes
interessaria — se pensassem melhor — uma investigação isenta porque assim
ficaria comprovado que tais “tratamentos” são meras bobagens. E os donos de
grandes laboratórios precisam se lembrar de que seus familiares não estão
livres do ataque traiçoeiro de uma insidiosa doença que já não escolhe suas
vítimas apenas na faixa etária mais alta. Já não é doença de velhos.
A Medicina evoluiu lentamente. Teve até fases anedóticas. Na velha
China, quando um paciente estava quase morrendo, seus “médicos” e parentes
tentavam impedir o passamento do agonizante enfiando panos ou algodão em todos
— todos... — os orifícios do paciente, com isso impedindo que sua alma
abandonasse o corpo. Como se a alma fosse uma espécie de fumaça. E mesmo hoje,
frequentemente surge a notícia de que tal ou qual remédio, ou alimento, usado
por décadas, fazia muito mais mal do que bem. A ignorância ronda a humanidade, em
todas as profissões, sem exceção. Humildade, pois.
Se o Michel Temer apoiasse a pesquisa, acima sugerida — principalmente
com bons resultados —, seu grau de aprovação popular subiria ao céu.
Que os médicos me perdoem a incursão de um leigo em sua área. Trata-se
apenas de uma sugestão. Mas, se eu ficar canceroso, vou experimentar o que
escrevi acima como coadjuvante da medicina hoje em vigor, de ótimos mas não
infalíveis resultados.
Francisco Pinheiro Rodrigues (27-09-2017)