terça-feira, 16 de dezembro de 2014

As espantosas “garotas” de silicone sólido, “made in Japan”

“Profetizo” que essa novidade trará, a médio ou longo prazo, imensas e traumáticas alterações no relacionamento humano. Principalmente no Hemisfério Ocidental, considerando a sisudez do Cristianismo, que provavelmente não verá essa “doentia criatividade” com bons olhos.

Prefiro estar enganado, mas considerando a relevância do sexo no comportamento dos seres humanos, Freud provavelmente concordaria comigo na previsão do “terremoto” comportamental que nos aguarda quando esse novo “produto” — libidinoso e estético — chegar amplamente ao conhecimento e fácil aquisição. Primeiro, pelos homens e depois pelas mulheres. Muitas delas pensarão: — “Por que nós também não podemos dispor de um “gato” com a aparência e a garantida firmeza de que necessitamos”?

Há um vasto mercado potencial de seres humanos, descontentes com o desempenho de seus parceiros, ou deles mesmos. Por acanhamento no relacionamento com o sexo oposto ou temor dos riscos sanitários — e outros — resultantes da afronta ao comportamento exigido no meio social a que pertencem. “Amantes” e “garotas de programa” envolvem perigos diversos, até mesmo chantagens. Por vezes chantagem até do cônjuge traído, que procura tirar, nos acordos judiciais, o maior lucro possível da traição sofrida.

Mesmo que alguns legisladores — mal impressionados ou “pressionados” pelos eleitores —, enojados com o realismo da reprodução, em silicone sólido (porém macio), da anatomia das “garotas plásticas” decidam intervir com proibições ou pesadas tributações sobre esse tipo de comércio, a novidade “quase carnal” passará a ser vendida no mercado ilegal.

O crime organizado não perderá essa nova fonte de lucro — ao lado dos tóxicos — só por causa da proibição. O proibido é sempre mais caro. E a novidade certamente terá defensores teóricos, alegando que ela diminuirá a propagação da Aids, das moléstias venéreas, das hepatites, da gravidez indesejada, das ações de reconhecimento de paternidade — cumuladas com pedidos de alimento — e dos crimes passionais,  motivados pelo ciúme.

Além disso, cessado o interesse pelo “velho” manequim, seu dono o trocará por outro, mais moderno nos acessórios, tal como acontece com os automóveis. Sem o velho problema do pagamento de pensão alimentícia. E, com o tempo surgirá, provavelmente, o mercado secundário do “manequim usado”, mais barato, ao alcance dos que ganham muito pouco.

Se algum “Don Juan” seduzir a esposa ou a amante de carne e osso, o abandonado preferirá, em vez de matar a traidora e/ou seu cúmplice, comprar uma substituta de plástico, certamente bem mais bonita e “jovem” que a infiel de carne e osso, que cedo ou tarde perderá seus atrativos. A substituta terá a desvantagem de ser muda, claro, mas naquilo “que interessa” talvez a fala seja o de menos. Certas conversas femininas mais deprimem que estimulam.

A mulher de plástico nada critica, exige ou sugere. E a internet já alerta que alguns “últimos modelos” proferem frases de amor, com vozes meigas, no idioma escolhido, bastando apertar os botões certos. É tudo uma questão de tecnologia, o preço variando conforme o grau de aperfeiçoamento. Os automóveis de hoje são infinitamente melhores que os primeiros carros fabricados por Henry Ford. É só o começo da nova tecnologia do amor físico. Por isso falei em uma quase revolução dos costumes.

Qual a explicação para o surgimento dessa estranha, ou doentia, ou vergonhosa — o leitor escolherá o melhor adjetivo —“alienante” novidade?

Em parte a culpa é das próprias mulheres, cada vez mais artificiais, por dentro e por fora. No corpo e na mente. Elas estão excessivamente preocupadas em se tornarem fisicamente desejadas — decotes ousados, minissaias, calças justíssimas  —, visando os benefícios amorosos, casamenteiros,  financeiros ou sociais, resultantes do desejo masculino estimulado pelo que entra pelos olhos. 

Com a atual obsessão de modelar o corpo, visando atrair o sexo oposto — ou, talvez, o mesmo sexo, considerando a difusão do homossexualismo — as mulheres estão progressivamente se “siliconizando”.

Operações plásticas substituem narizes, esticam a pele, aspiram a gordura localizada, aplicam botox nos lábios e na face, silicone enche seios, coxas e nádegas. Cada vez  elas tornam-se fisicamente mais artificiais. Mesmo nas ideias, muitas mulheres apenas repetem chavões e reações que veem nos filmes ou ouvem nas novelas. O cinema imita a vida e vice-versa.

Duas horas na academia de “fitness” importam muito mais que meia hora de leitura séria.
Quem teve a ideia de por em prática industrial essa progressiva artificialização da mulher deve ter se perguntado: — “Já que a moda, agora, é introduzir plásticos nas mulheres, por que os homens não poderiam descarregar sua libido com uma ‘mulher artificial por inteiro’? Ela será muito mais bonita que as de carne e osso, com prazo de validade estética relativamente curto. Mulheres naturais jamais são isentas de imperfeições. Rugas e celulite não dão trégua. Não existe mulher perfeita. 

Com uma garota artificial ‘último modelo’, o mais caro, posso ter uma linda mulher, de qualquer cor, altura e formato. Fria, claro, mas  não necessariamente, porque um ‘aquecimento elétrico’ poderá ser instalado no manequim, regulando sua temperatura a  37°C, bastando ligar um fio da ‘beldade’ à tomada  mais próxima. Já existem, há muitos anos, cobertores elétricos. E pilhas ou baterias podem dispensar os fios”.

Desnecessário lembrar o quanto o comportamento sexual, e real, tem influído na vida das pessoas, sejam elas importantes, ou não. A infidelidade, por alguns minutos, no casamento, ou união estável — ou mesmo instável — , pode destruir um lar — ou dois —, com imensas consequências familiares, até políticas e econômicas. Uma “fraqueza” de dez minutos — lembre-se o que aconteceu com Strauss-Kahn , em Paris, atacando a arrumadora do quarto do hotel —, impediu-o, de se tornar, provavelmente, presidente da França, além de afastá-lo da chefia do FMI. 

Políticos importantes tiveram que abandonar seus cargos apenas por causa de um “escândalo” sexual, mesmo sabendo que muitos que o acusam, incluindo jornalistas, cometem ou cometeram “fraqueza” igual ou pior. Apenas tiveram a sorte de não serem importantes, ou não pegos em flagrante.
Admira-me que a mídia ainda não tenha explorado, em larga escala, os futuros resultados dessa autêntica revolução sexual. 

O casamento de homem com homem e mulher com mulher — impensáveis vinte anos atrás —, já é uma realidade. Pessoalmente, sou contra tal “legalização”, que me parece desnecessária,  mas a maioria, parece, está a favor. Dentro de cinco ou dez anos, veremos — provavelmente eu não, por questão de idade — os efeitos dessa invenção cibernética que afetará a própria jurisprudência que regula o comportamento sexual de pessoas casadas ou amigadas.

Se, futuramente, o marido se “apaixonar”, ou se “viciar” por uma dessas bonecas, a esposa, enciumada, enraivecida,  certamente não poderá alegar ao juiz do processo que foi “traída” por uma boneca. Se pedir o divórcio por injúria grave o marido dirá que a “boneca plástica” é apenas uma variante da masturbação, ato nunca considerado, na jurisprudência, como “injúria grave” se o marido continuou mantendo um relacionamento normal com a esposa.

Há, entre os interessados nesse novo tipo de  “artefato”, os exagerados, ou obsessivos, como é o caso — citado pela agência Reuters —, de um japonês de 45 anos que tem mais de cem bonecas. Ele usa o pseudônimo de Ta-Bo. Deu como explicação para a manutenção de seu “harém” o fato de ser “muito difícil encontrar um amor verdadeiro e por isso resolveu transferir o seu amor para dezenas de bonecas de silicone”. Acrescentou que “As mulheres de verdade podem me enganar, me trair. Essas são 100% minhas”.

Essa matéria está acessível na internet, no site
http://www.japaoemfoco.com/bonecas-do-amor-um-grande-mercado-em-expansão/#ixzz3LtmR356H


Aguardemos, por alguns poucos anos, a verificação do acerto, ou erro, de minha “profecia”.

(Em razão da inconveniência de publicar, na internet, artigos longos demais, cortei vários parágrafos a seguir, explicando o que me inibiu de “profetizar, por escrito, cinco ou seis anos atrás,  aparecimento da estranha novidade. Se o presente artigo for publicado em forma impressa, explicarei, no papel, o motivo de meu silêncio).

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