sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Pesquisas de intenção de voto podem ser fraudadas. Sem falsificar os números.



É impressionante  a credulidade , talvez fingida,  da mídia e da população — esta realmente confiante —  quando leem os últimos resultados das pesquisas de intenção de votos no segundo turno da eleição presidencial, marcada para o dia 26 deste mês.
Sinto-me até acanhado por dizer coisa tão elementar — a possibilidade da fraude —, mas como os jornais e os eleitores parecem acreditar plenamente no triunfo, ou derrota, de tal ou qual candidato, baseados nas “pesquisas” — com isso viciando o resultado de um eleição importantíssima —, sinto-me autorizado a dar um alerta, mesmo sobre algo óbvio.
De início deixo claro que se houve, eventualmente, uma “fraude” para enganar os eleitores — sempre propensos a votar “no futuro vencedor” — essa fraude dificilmente contaria com a aprovação da direção dos institutos de pesquisas Ibope e Data Folha, órgãos sérios, de boa reputação.
Isso porque se o resultado das urnas mostrar que tais prognósticos  são inconfiáveis tais institutos ficariam desmoralizados. Quem iria contratá-los, futuramente, sabendo que estão quase sempre errados? Até mesmo por considerações rasteiramente econômicas, tais pesquisas representariam a morte na credibilidade dos institutos.
Se a direção do instituto de pesquisas não pode — com um mínimo de racionalidade — deturpar uma pesquisa de grande repercussão, como pode ocorrer a farsa?
Simplesmente havendo uma “escolha” do eleitor a ser entrevistado pelo “pesquisador”, homem ou mulher contratado pelo instituto.
Desconheço como os institutos de pesquisas escolhem as pessoas que entrevistarão o cidadão que, aleatoriamente, passa ao lado. Não sei se há, ou não, um “fiscal” — do instituto — desses indivíduos contratados para indagar sobre intenção de voto.

Serão, todos esses “entrevistadores’ , pessoas totalmente confiáveis, insubornáveis e isentas de paixão política?
Um petista “roxo” pode, facilmente, “prognosticar”,  com mínima margem de erro —, pela roupa, meio de transporte usual, bairro onde reside o eleitor, modo de se expressar  e outros sinais exteriores —, se o cidadão que se aproxima é a favor da Dilma ou do Aécio. E pode mesmo, ouvindo a resposta que não lhe agrada, dispensar o voto dele. Uma senhora, amiga de pessoa de minhas relações, vendo, na rua, que um determinado cidadão estava fazendo uma pesquisa, ofereceu-se para ser entrevistada, mas o “pesquisador”, olhando para ela, como que avaliando-a — bem vestida, com aparência abonada — dispensou-a.
Não sei se existe uma ordem dos institutos de opinião de sempre rejeitar o eleitor que se oferece para dar sua opinião. E caso exista tal ordem, ela será sempre obedecida? Difícil dizer que sim.
É claro que igual distorção na atividade dos “pesquisadores” pode haver da parte dos favoráveis ao PSDB. Mas, considerando que os seguidores do PSDB são geralmente da classe média, não precisando ganhar a vida fazendo trabalho de rua — a remuneração não deve ser alta, estimulante — é bem provável que entre os “pesquisadores” existam  mais petistas que peemedebistas.
Tendo em vista que a honestidade — tanto em assuntos de dinheiro quanto em tudo o mais — é algo raro, não considero impossível que a última pesquisa de intenção de voto no dia 26 de outubro de 2014 se transforme em um dado enganador do eleitorado brasileiro.
 Por mais que os presidentes dos institutos de pesquisa, nesta eleição que tanto apaixona os brasileiros, se esforcem para um trabalho bem feito, será, presumo, impossível contar com total isenção dos pesquisadores na “escolha” de quem deve entrevistar. E também não é impossível que um partido desesperado em vencer recrute pessoas “fanaticamente fiéis” à sua legenda para que se ofereçam a tais institutos para trabalhar nessas pesquisas, alegando desemprego e urgente necessidade de ganhar o seu pão. Mesmo sendo instruídas a não “selecionar” as “pessoas certas”, essas instruções não prevalecerão contra interesses mais fortes, como, por exemplo, sua segurança alimentar.
Com base nas considerações acima, a famosa “margem de erro” não deve ficar na faixa de erro de 2% e 3%. Deve subir para entre 10% e 15%.
Em suma, e repetindo, os números de votos colhidos — ou “escolhidos” — na última pesquisa, podem viciar o resultado da votação do dia 26, com enorme influência nos rumos do Brasil. A manipulação não estaria nos números, em si — a cargo dos institutos —, mas na “escolha” feita pelos entrevistadores.
Seja qual for o resultado provável dessa eleição, o eleitor — para reforçar a autoestima —, precisa ouvir a voz interior, respeitar sua condição de ser moral e votar em quem considera mais merecedor de seu voto. Precisa provar a si mesmo que não é um animal somente gregário, incapaz de pensar com sua própria cabeça, sempre seguindo, qual um boi, a manada no fundo desprezada por quem a conduz.

(24-10-2-14)





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