segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

As guerras rebaixaram, geneticamente, a inteligência?

Creio que sim. Na minha opinião, isso só pode ter ocorrido. Friso que me refiro à inteligência média — nem gênios nem retardados —, e também a natural, que nada tem a ver com o grau de instrução. Um homem com instrução superior pode ser menos “organicamente inteligente” que outro, com curso primário incompleto, ou mesmo analfabeto. Em linguagem popular, alguns nascem mais espertos, mais rápidos ou inventivos que outros. Mesmo entre as pessoas cultas, é variável o grau de inteligência

Presumo que as guerras —, além de mortes, aleijões, caos e destruição material — provocam, dentro de cada país envolvido em conflito, um retrocesso genético nas gerações seguintes, pois com elas ocorre a “sobrevivência dos menos aptos” e “extinção dos mais aptos” — o contrário da teoria da evolução de Charles Darwin. Esse é mais um argumento contra a estupidez das guerras. Felizmente, até agora, as mulheres não participaram maciçamente dos combates. Guardaram os melhores genes de suas respectivas nações.

Nas guerras são justamente os mais jovens e sadios — convocados e aprovados pelo serviço militar —, que morrem primeiro, em combate, geralmente antes de se tornarem pais. Apenas os jovens rejeitados pelo serviço militar, portadores de alguma incapacidade, deixam descendência. Quando morrem em bombardeios, fazem parte das vítimas civis: crianças, velhos e mulheres.

Propenso, como mero curioso, a indagar eventuais nexos biológicos de causa e efeito em temas sociais — neste caso entre a morte de milhões de jovens soldados e o não-avanço ou retrocesso no caráter dos seres humanos, através da história — pergunto-me se as periódicas guerras e outras formas de massacres, desfalcando a espécie humana de sua melhor “fatia”, a juventude sadia, explicam porque a humanidade permanece a mesma, ou piora, em termos morais, não obstante seu impressionante avanço tecnológico. Convém lembrar que invenções científicas e tecnológicas são relativamente raras. Discuto, neste texto, apenas uma hipótese global, estatística, reconhecendo, claro, que muitos jovens inaptos para lutar nas guerras podem ser invulgarmente inteligentes.

Como surgiu essa ideia relacionando as periódicas guerras com a baixa ou nenhuma evolução da humanidade? Explico a seguir.

Depois de ler centenas de citações de filósofos gregos — Sócrates, Platão, Aristóteles e mesmo os pré-socráticos —, fico me perguntando: Sócrates nasceu provavelmente em 470 antes de Cristo, isto é, cerca de 2.500 anos atrás. O que ele dizia — e seus seguidores escreviam — sobre a ética é muito superior ao que presenciamos, em média, nos nossos tempos. Mesmo entre os atuais “‘pensadores”, muitos deles mais preocupados com frases de efeito do que com a profundidade mesclada com bom senso. Na política, ainda é pior. Basta comparar as falas dos presidentes das nações, nos últimos cem anos, incluindo as nações mais ricas. Quanto aos discursos lidos, sabe-se que é comum que sejam eles escritos por ghostwriters. Nenhum progresso em 2.500 anos. Talvez até um retrocesso, apesar de nosso impressionante avanço técnico, fruto de poucos inovadores. 

Apesar de tanta leitura disponível — com a invenção da imprensa, dos computadores, dos celulares, da disponibilidade gratuita e instantânea da informação, etc. —, o homem moderno continua mentindo, enganando, matando e roubando; aparentemente de forma mais exacerbada do que dois milênios e meio atrás. Com uma agravante: depois dos filósofos referidos, surgiram três religiões que, sendo monoteístas, deveriam impulsionar a humanidade no sentido da irmandade da espécie humana.

Não adiantou. A carnificina só aumentou: Cruzadas, Guerra dos 30 anos, Guerra dos 100 anos, Guerras Napoleônicas, Guerra Civil Russa, Guerra Civil Americana, Revolta Dungan (na China), “Ataques” de Tamerlão”, 1ª. Guerra Mundial, 2ª. Guerra Mundial,  Guerra da Coréia, Guerra do Vietnam, Guerras do Golfo, Guerra “da Síria”, Estado Islâmico, combates entre israelenses e palestinos, etc. Isso sem contar com um possível conflito nuclear se Kim Jong-un e Trump continuarem mutuamente se ameaçando. Um aperto de botão, mesmo acidental, e teremos o caos.

 Falei “acidental” porque quando Jimmy Carter era presidente, um terno dele foi enviado à lavanderia, tendo em um dos bolsos do paletó, por descuido, o “celular”, ou aparelho equivalente, que, acionado, dispararia foguetes atômicos contra Rússia. Esta, revidando, usaria seu sistema de “resposta imediata”, disparando mísseis atômicos contra EUA, Londres e outras capitais. Felizmente, nenhum empregado da lavanderia, desconhecendo o perigo, tentou “experimentar” os botões do enigmático “brinquedo”. Seria um novo “smartphone”?

Costumo lembrar que, às vezes, no mal reside um bem, e vice-versa. Se EUA e União Soviética, no tempo da Guerra Fria, não fossem potências nucleares a 3ª. Guerra Mundial já teria ocorrido. Provavelmente em 1962, no conhecido incidente dos foguetes russos, com ogiva nuclear, enviados à Cuba pela União Soviética mas interceptados, no mar, pelos americanos.

O objetivo deste artigo foi o de apresentar novo argumento — o genético, de efeito futuro — contra a estupidez das guerras, todas elas, com exceção das guerras estritamente defensivas, antes da chegada do “xerife”, que prenderá “o bandido”.

Para evitar as guerras é preciso proibi-las, mas para proibi-las é preciso que as nações se conscientizem da necessidade de ceder parte de sua soberania quando esta colide com a soberania de outra nação. Colisão que ainda hoje, resolve-se pela força, a forma mais primitiva de solucionar qualquer problema.

(05/01/2018)

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